MPCPs são agentes biológicos capazes de agregar ao crescimento das plantas através de diversos mecanismos. Entre eles, se destaca a produção de fitormônios que assumem papel essencial na fisiologia das plantas.
Auxinas, citocininas, giberelinas, ácido abcísico e etileno são hormônios que as plantas não são as únicas capazes de sintetizar. Alguns microrganismos são conhecidos por produzir e disponibilizar esses hormônios para as plantas, contribuindo com seu desenvolvimento.
Esses compostos podem ser encontrados junto a bactérias de solo em associação com plantas, exercendo papel direto na promoção do crescimento, alongamento celular e tolerância a estresses abióticos. Eles também podem, indiretamente, contribuir para o desenvolvimento vegetal mediante a regulação da resposta imune da planta contra patógenos e pragas.
Confira a seguir os principais efeitos proporcionados por essas moléculas:
Há vários compostos pertencentes ao grupo das auxinas que são produzidos por MPCP, sendo mais comum o ácido indol-acético (AIA), conhecidamente produzido pelos gêneros Trichoderma, Azospirillum, Bacillus, Pseudomonas, e Micrococcus. O AIA possui efeito acentuado no crescimento e desenvolvimento vegetal, podendo atuar na divisão celular, diferenciação de tecidos, promoção do florescimento e auxílio na formação e crescimento dos frutos. Além disso a auxina leva a uma maior formação de raízes laterais e pelos radiculares, resultando em uma maior superfície radicular e melhor absorção de nutrientes e água pelas plantas.
Já as citocininas estimulam a divisão celular, controlam a diferenciação de meristema da raiz e induzem a formação de pelos radiculares.
Dentre as mais de 130 moléculas que pertencem ao grupo das giberelinas, o ácido giberélico é o mais ativo e conhecido. As giberelinas estão envolvidas, principalmente, com a divisão e elongação celular dentro do meristema apical. Além disso, estimulam a germinação das sementes e florescimento das plantas. A produção de giberelinas foi documentada em vários MPCP, incluindo os gêneros Azospirillum, Bacillus e Trichoderma.
O ácido abscísico (ABA) está envolvido na resposta das plantas aos estresses bióticos e abióticos, como a inibição da germinação e florescimento em resposta aos estresses por seca, salinidade e metais tóxicos.
O etileno é um hormônio gasoso que em resposta a estresses bióticos e abióticos, inibe a elongação da raiz e o transporte de auxina, causando a queda de órgãos das plantas e levando ao amadurecimento de frutos. Ele está envolvido também na resposta da planta ao ataque de patógenos.
Além desses, outras moléculas produzidas por MPCP, como a estrigolactona, têm sido relacionadas a processos de crescimento e desenvolvimento vegetal. Elas auxiliam na manutenção da arquitetura da planta e atuam como moléculas sinalizadoras em resposta a vários estímulos ambientais, como luminosidade, nutrientes e temperatura. E estão envolvidas, também, nas vias de sinalização responsáveis pela germinação de sementes, auxiliando na interação simbiótica de outros microrganismos com as plantas.
Fontes:
Sousa, I. M., Nascente, A. S. & Filippi, M. C. C. (2019). Bactérias promotoras do crescimento radicular em plântulas de dois cultivares de arroz irrigado por inundação. Colloquium Agrariae, 15 (2), 140-145. Steffen, G. P. K., Maldaner, J., Missio, E. L. & Steffen, R. B. (2018).
Trichoderma controla fitonematóides e aumenta produtividade da soja, Campos & Negócios. https://revistacampoenegocios.com.br/trichoderma-controla-fitonematoides-e-aumenta-produtividade-da-soja/
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